domingo, 4 de janeiro de 2009

FELIZ 2009

Quando se entra num novo ano temos sempre muitas expectativas.
A primeira refere-se aquilo que correu mal no ano anterior não se repita. Depois desejamos, sobretudo coisas boas, que nos dêem conforto e bem-estar.
Digamos que tudo isto é legítimo.
Mas já vimos que normalmente só pedimos coisas para nós? E tirando a saúde e a paz, quase sempre pedimos coisas materiais?
Será que não acreditamos noutros valores que sejam mais importantes que as materialidades? É certo que precisamos de algumas coisas mas elas não poderão ofuscar aquilo que é mais importante no ser humano, que é a sua dignidade.
Quanto à saúde pouco depende de nós, a não ser o cuidado que possamos ter com o que comemos e bebemos. Quanto à paz podemos fazer muito, mas fazemos muito pouco, porque achamos que esses pedidos se referem sempre aos conflitos bélicos que normalmente andam longe de nós, e por isso, apesar de não gostarmos de guerras, parece que pouco nos incomodam sobretudo se estivermos longe delas.
Ora todos sabemos que cada um é um construtor da paz. E se assim for a paz é possível e deixará de haver guerras.
Muitos de nós desejamos a paz mas temos espírito de guerrilha. Por tudo e por nada, criamos conflito connosco e com os outros: é uma palavra mais azeda, é uma falta de tolerância ou de educação, é o nível de exigência para os outros e o laxismo para nós ou para os nossos, é a falta de profissionalismo em tantas circunstâncias da nossa vida que levam os colegas a um esforço suplementar e que pouco nos importa com isso, é o egoísmo exagerado e tantas outras pequenas coisas que, levam os que sofrem as consequências ao desespero, e com isso à revolta e ao conflito.
Poderíamos perguntar se aquilo que desejamos não estará nas nossas mãos e bastará fazermos algum esforço no dia a dia para que ele aconteça? No entanto achamos que é mais fácil ficarmos à espera que nos caia de “borla” e sem esforço, do que empenharmo-nos no sentido de conquistarmos as coisas. Ora quando tal não acontece lamentamo-nos e apregoamos aos quatro ventos a nossa infelicidade.
Assim, no dealbar deste novo ano, gostaria de desejar a cada um que ler este texto, a vontade e o desejo de tomar em suas mãos a conduta da sua vida e não fique à espera que as coisas aconteçam. Depois, desejaria que cada um de nós fosse capaz de se olhar primeiro a si, em cada acto, e só depois olhar para os outros. Com isso evitar-se-iam muitas culpabilizações.
Será que somos capazes?
Aqui fica o desafio. Um excelente 2009, e que cada um seja capaz de se auto-determinar e assumir-se de corpo inteiro.
Aníbal Carvalho

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