quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A mentira

Vivendo nós numa sociedade relativista e pós-moderna, muita gente vive de forma incoerente e meramente utilitarista, em que muitas vezes não se pensa nas consequências dos nossos actos. Daí que constantemente vejamos pessoas que mentem com o maior descaramento só para “salvarem a pele”, ou até por que já se habituaram de tal modo a isso, que o acto de mentir, faz parte da sua vida.
É habitual ouvirmos dizer que já não se pode confiar em ninguém. Ora isso é reflexo de tal comportamento. Os grandes exemplos vêm das classes de topo, muitos políticos, grandes gestores, banqueiros e afins.
Nos dias de hoje a mentira é cada vez mais uma triste realidade e é bom, que de quando em vez, pensemos nisto e tentemos perceber o que está por detrás de tal comportamento.
Vejamos o que nos diz Fernando Savater sobre a mentira:
“a mentira, ou seja a falsidade voluntariamente assumida e propagada, possui um parentesco necessário com a morte: ou, o que vem a ser o mesmo, provém dela e aproxima-nos dela. Provém da morte porque mentimos aos outros e a nós próprios por debilidade mortal, por timidez e temor face a pessoas ou circunstâncias que não consideramos capazes de enfrentar; mas mais tarde ou mais cedo, a mentira aproxima-nos da morte a que procuramos esquivar-nos, porque falseia os remédios precários que poderíamos procurar para os perigos que nos espreitam…
De facto, também se vive de ilusão, mesmo que por pouco tempo: porém, as mentiras são sempre, geralmente mais cedo ou mais tarde, o cunho anitvital da nossa destruição.”

Fernando Savater, A vida Eterna.

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